Responsável pela terra, pelo fogo e também pela morte, Omolú é considerado o mais temido Orixá entre todos os outros. Sua força e poder de controlar a passagem dos seres de um plano para outro é o que o torna temido entre os seres humanos. Ele possui duas energias fortes e distintas, o que faz com que ele seja identificado de mais uma forma. Sua versão mais jovem recebe o nome de Obaluaiê, sincretizado com São Roque. Já a sua versão mais velha, é conhecida como Omolú e faz sincretismo com São Lázaro. Conheça mais sobre esse poderoso Orixá!
Conheça melhor a história de Omolú
O nome que esse Orixá recebe está relacionado ao termo “rei e dono da terra”, fazendo referência à forma como as energias são trabalhadas, fazendo a ponte entre a passagem de um plano para outro. Quando representado em gravuras, aparece sempre com vestes feitas de palha que escondem o segredo da vida e da morte.
A tradição revela que Omolú e Obaluaiê são energias divinas cultuadas desde o Egito Antigo e, com a figura do “Anjo da Morte”, sempre estiveram presentes em diferentes culturas. Nos países do continente africano, as energias do Orixá eram consideras “Senhores da Vida e da Morte”, variando conforme o culto.
No período da escravidão, quando os negros africanos chegaram ao Brasil, esse conhecimento relacionando o Orixá à questão da morte, doenças e medicina passaram a fazer parte do que viria a ser a Umbanda. No entanto, geralmente, os terreiros de Umbanda não fazem diferenciação entre as energias de Omulú e Obaluaiê. Afinal, os dois Orixás estão relacionados com as energias da vida e da morte. Apesar da semelhança inicial, algumas características marcam bem a diferença entre ambos.
Quando falamos da morte, estamos mencionando as forças de Omolú. Ele é o responsável por encaminhar os seres após a passagem, os levando até o destino. Atuando na libertação da matéria, o Orixá é bastante presente em hospitais, cemitérios e necrotérios.
Enquanto isso, Obaluaiê é conhecido como “Senhor das Passagens”, já que a sua energia é responsável por orientar o espírito a uma nova vida. Também atua na cura de doenças. Acredita-se que essa é a energia que possibilita que os profissionais da saúde atuem com sucesso, levando alívio às dores daqueles que sofrem.
Segunda-feira é o dia dedicado às homenagens ao Orixá, as principais cores relacionadas ao Omolú são as combinações: preto e amarelo ou marrom, amarelo e vermelho. E sua saudação é “Atotô!”.
Sincretismo de Omolú com São Roque
A versão mais jovem do Orixá recebe as homenagens no dia 16 de agosto, mesmo dia dedicado ao santo católico, São Roque. O sincretismo entre ambos se dá pelo fato da figura católica ser conhecida por proteger contra doenças e pragas. Assim como o Orixá, que carrega em si energias responsáveis tanto pela doença quanto pela cura.
A tradição cristã conta que Roque nasceu em uma família abastada, mas escolheu uma vida de pobreza e devoção. Em suas andanças, chegou à Toscana, na Itália, e encontrou um número alto de mortalidade causado pela peste. Diante da situação, desejou ser útil e pediu ao administrador do hospital que pudesse ficar perto dos doentes.
Logo que Roque começou a conviver com os enfermos, a epidemia da doença acabou na região. E o mesmo aconteceu por todas as cidades que ele passava. Acredita-se que ele curava apenas fazendo o sinal da cruz nos indivíduos.
Essa trajetória de cura e poder sobre a passagem ou não dos seres para o outro plano está bastante relacionada à atuação do Orixá, que na sua figura mais nova intervém na cura de doenças e guia os profissionais da saúde para o alívio das dores.
Sincretismo de Omolú com São Lázaro
Conhecido por guardar os segredos da vida e da morte, o Orixá em sua figura mais velha é sincretizado com São Lázaro e tem data de comemoração no dia 17 de dezembro.
São Lázaro é conhecido pela Igreja Católica por ter uma das histórias mais marcantes da bíblia sagrada, onde se narra a ressurreição de Lázaro, um dos milagres mais surpreendentes de Jesus Cristo.
O episódio da bíblia conta que Lázaro teria morrido há quatro dias quando Jesus chegou à sua casa. Diante da situação, o Senhor teria entrado no túmulo daquele que era seu amigo e ordenado que ele levantasse e andasse. E assim foi feito. Lázaro ressuscitou e levantou do túmulo.
A ressurreição de Lázaro representa a passagem entre os dois planos, o físico e o espiritual, e relaciona a história do santo católico com o Orixá, guardião do portal entre o mundo dos vivos e dos mortos.
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