Uma das divindades mais conhecidas da Umbanda e do Candomblé é a Rainha do Mar, Iemanjá. Ela recebe esse título por ser a Orixá ligada aos oceanos, a água e até a natureza. Mãe de todos os Orixás, ela é muito importante! Por isso, suas energias são bastante ligadas à fecundidade, o que a faz ser responsável pelo Mistério da Geração. Na tradição católica, geralmente é associada a Nossa Senhora dos Navegantes, por conta da proteção aos pescadores. Quer saber mais sobre essa poderosa Orixá? Então, confira agora!
Iemanjá – A mãe dos Orixás e dos Oceanos
Iemanjá é Orixá das águas salgadas e também protetora dos pescadores e dos jangadeiros. Inclusive, seu nome é derivado da expressão Iorubá “Yèyé omo ejá” que significa “Mãe cujos filhos são peixes”. Na tradição católica, geralmente é associada a Nossa Senhora dos Navegantes.
De acordo com as lendas da Umbanda e do Candomblé, Iemanjá é a segunda esposa de Oxalá e a rainha das águas salgadas. Ela é a regente dos lares e protetora da família, atuando em uniões, aniversários, festas de casamentos e todas as comemorações que envolvem a família, seja ela de sangue ou não.
Por conta disso, acredita-se que ela atua como a força da natureza, que tem papel central na vida dos seres humanos, já que rege as casas e lares. Os devotos da Umbanda entendem que ela é a responsável por dar o sentido da família às pessoas que vivem juntas no mesmo ambiente. É esta Orixá que desperta o sentimento de amor entre os familiares, dando sentido às relações construídas por mães, pais e filhos.
Sobre a Orixá Iemanjá
Para muitos, Iemanjá pode ter uma atuação conflitante com Oxum, já que as duas estão ligadas à fertilidade, às águas e às mulheres. Porém, não há conflitos entre Orixás. Enquanto Oxum está concentrada na água doce, ela fica na água salgada e atua em outra esfera dos relacionamentos.
As principais cores de Iemanjá são azul claro, branco e prata, sempre presentes em seus trajes e adornos, representando seu mistério e vaidade. O dia da semana dedicado a ela é o sábado e sua saudação é “Odò ìyá!”.
Iemanjá e o sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes
Acredita-se que o sincretismo entre a figura da Umbanda e Nossa Senhora dos Navegantes começou no século XVIII, quando houve um conflito devido ao choque entre as religiões daqueles que vinham da África com o catolicismo dominante no Brasil.
Além de as duas serem homenageadas no dia 2 de fevereiro, a relação entre elas está no fato de ambas serem protetoras dos mares e daqueles que navegam nas águas salgadas. Segundo a tradição católica, Nossa Senhora dos Navegantes passou a receber muitos pedidos de ajuda na Idade Média, mais especificamente quando ocorreram as Cruzadas.
Neste momento, espanhóis e portugueses cruzavam o mar Mediterrâneo em direção à Palestina com o objetivo de proteger os ambientes sagrados dos infiéis e pediam que a Santa os protegesse e guiasse durante todo o trajeto.
Por conta disso, Maria também passou a ser chamada de “Estrela do Mar”, sendo reconhecida por ser aquela que proteger quem navega pelo mar mostrando a eles sempre o melhor trajeto e o porto seguro ideal para a chegada.
A história e Iemanjá relacionada a Nossa Senhora dos Navegantes
A história conta que, antes de partir para as travessias, os navegantes frequentavam a Santa Missa e pediam proteção à Nossa Senhora dos Navegantes. Dessa forma, se sentiam mais confiantes para entrar naqueles pequenos barcos, enfrentar o mar e as possíveis tempestades. Por isso, ela é considerada a padroeira dos navegantes e também dos viajantes.
Além dela, outras figuras cristãs são sincretizadas com Iemanjá em diferentes regiões do país, podendo variar também a data em que as comemorações e homenagens são feitas à Orixá. Além de Nossa Senhora dos Navegantes, ela pode ser relacionada com Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade, Virgem Maria e Nossa Senhora das Candeias.
Em Salvador, o sincretismo é com Nossa Senhora dos Navegantes e lá acontece a maior festa do Brasil em homenagem à Rainha do Mar. A celebração, que acontece no dia 2 de fevereiro, reúne milhares que pessoas vestidas de branco para fazer oferendas à Orixá.
Já no Rio de Janeiro, a festa acontece junto com a passagem de ano, no dia 31 de dezembro, com a entrega do “Barco de Iemanjá”, que carrega oferendas dos devotos da Umbanda que desejam um novo ano repleto de boas energias. Além disso, em alguns locais, a celebração acontece no dia 8 de dezembro e em outros, no dia 15 de agosto.
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