Constelação Familiar é um método terapêutico desenvolvido pelo filósofo, teólogo e psicólogo alemão Bert Hellinger, baseado na teoria de que somos energicamente conectados aos nossos antepassados, a partir de uma herança genética. Ou seja, herdamos não apenas características físicas ou relativas à saúde, mas também as crenças, traumas e valores, de diferentes gerações.
A influência que a vivência dos antepassados exerce em nossas vidas, pode provocar desde problemas afetivos, aos financeiros. Obstáculos, que muitas vezes apresentam um padrão de comportamento recorrente, que pode ter sido transmitido, por exemplo, por um de nossos ancestrais.
A Constelação Familiar, entretanto, não substitui outros tratamentos terapêuticos, embora atue de maneira eficaz como prática complementar a eles. Eficácia, inclusive, reconhecida pelo Ministério da Saúde. O órgão, recentemente, incluiu a Constelação Familiar na lista de procedimentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), nas atividades de Práticas Integrativas e Complementares, destacando a sua importância para a saúde e bem-estar da população.
Como funciona a Constelação Familiar?
A Constelação Familiar tem como regras as ‘Ordens do amor’, escritas por Bert Hellinger a partir da observação de leis universais, que podem influenciar tanto a vida individual como a familiar. O não cumprimento delas, por exemplo, tende a provocar problemas afetivos, financeiros, doenças ou mesmo movimentos suicidas. As ‘Ordens do Amor’ escritas por Hellinger são:
Lei do pertencimento: A lei do pertencimento preconiza que todo indivíduo tem por natureza a necessidade de pertencer. Desde o nascimento, uma pessoa precisa se sentir parte de um sistema, familiar ou institucional, além de ter a sua posição reconhecida e valorizada. Quando isso não acontece, gera uma um desequilíbrio no sistema familiar. Um exemplo é a exclusão de um membro da família, independentemente do motivo que provocou a ação: seu destino, nesse caso, é inconscientemente assumido por familiares subsequentes. A solução é integrar novamente à família a pessoa que foi excluída.
Lei da hierarquia: Além de pertencer, cada indivíduo ocupa uma posição dentro do sistema familiar. Ou seja, a hierarquia deve ser respeitada. Os pais têm prioridade em relação aos filhos e os relacionamentos anteriores deles também ocupam um lugar na história de cada cônjuge. Quando os filhos se posicionam de maneira maior do que a dos pais, há uma inversão não apenas de lugares, mas também de cargas emocionais.
Lei do equilíbrio: Quando não há equilíbrio entre dar e receber, acontece o desequilíbrio familiar. Esse tipo de manifestação pode ocorrer, por exemplo, em um relacionamento afetivo, fazendo com que a pessoa que recebeu demais, torne-se dependente e, consequentemente, pareça menos interessante para o outro.
A Constelação Familiar pode ser realizada individualmente ou em grupo – e você também pode fazer o curso Vida Livre:
Constelação Familiar em grupo
O objetivo da Constelação Familiar é visualizar o campo morfogenético, ou energia coletiva, que pode afetar o comportamento do constelado, para identificar as complicações do seu sistema familiar. Durante a prática, há participação de outras pessoas, que podem tanto atuar como representantes de familiares, quanto apenas assistir ao procedimento.
Quem vai participar da dinâmica, deverá informar ao terapeuta/constelador, qual é o seu problema e escolher entre as pessoas da plateia, quem irá simbolizar seu sistema familiar.
Constelação Familiar individual
No atendimento individual, a primeira etapa do tratamento é realizada apenas com a participação do interessado (constelado) e do terapeuta. O que ajuda a trabalhar mais detalhadamente experiências vivenciadas por antepassados, evidenciando, também com maior facilidade, as influências provocadas por elas.
Para complementar o tratamento, entretanto, é necessário, ao mesmo tempo, a realização de uma segunda etapa com a participação de representantes para simbolizar o seu sistema familiar.
São as reações manifestadas pelo constelado, que irão, em ambos os contextos, orientar sobre o que causou o desequilíbrio. Para fazer a integração do conflito, o terapeuta/constelador, irá determinar a dinâmica mais adequada, de acordo com cada caso.
Quais os benefícios proporcionados pela Constelação Familiar?
Apesar de ser ainda bastante recente no Brasil, a Constelação Familiar como prática complementar a outras terapias, ou mesmo quando realizada de maneira independente, tem registrado diferentes relatos de sucesso. A possibilidade de identificar a partir do problema do outro, o que atua em si mesmo, gera transformações e, consequentemente, uma maximização nos resultados do tratamento.
Além de apontar complicações ocultas no sistema familiar e contribuir para romper com comportamentos e condicionamentos dos indivíduos envolvidos nele, a Constelação Familiar ajuda, ao mesmo tempo, a encontrar o lugar certo de cada um, integrando conflitos e obtendo melhorias nas questões dolorosas.
Os familiares também sentem os efeitos do processo. Afinal, o campo morfogenético, ou energia coletiva, está constantemente em ação. Além disso, todos os participantes da dinâmica, inclusive os que não ‘constelaram’ um tema, têm a chance, a partir da experiência do outro – muitas vezes, inclusive, semelhante à deles – de descortinarem novas possibilidades, caminhos ou soluções.
É possível dizer, portanto, que na Constelação Familiar, quando uma questão é integrada, ocorre uma reação em cadeia. Pode ser que ela aconteça no momento da constelação, em dias ou semanas. A transformação ocorre naturalmente, embora cada um tenha seu próprio tempo.
Por outro lado, a prática pode ser entendida como uma terapia breve, ou seja, que não requer repetidas sessões para elucidar uma questão. Isso acontece porque a Constelação Familiar atua com o propósito de solucionar um conflito de cada vez.
Os benefícios podem ser percebidos a partir da resposta dada a cada um deles, e vão desde melhorias nas relações familiares, sociais e profissionais, a curas de doenças, físicas ou emocionais.
No entanto, embora a Constelação Familiar possa estimular transformações significantes em diferentes vidas de um mesmo contexto ao mesmo tempo, a intensidade provocada pela movimentação dessa energia, indica que deve haver um tempo de pausa entre um procedimento e outro. A estratégia é importante, inclusive, para que as respostas sejam melhor assimiladas. O tempo ideal para repetir o procedimento é de seis meses.
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Saiba mais assistindo ao vídeo: