Amaterasu é a deusa do Sol na mitologia japonesa e uma das principais deidades do Xintoísmo. Conhecida como aquela “que brilha no céu”, seu nome completo é Amaterasu-ōmikami e significa “a Grande Deusa Augusta que ilumina o céu”. Não é por menos que ela é considerada também a deusa do Universo.
Fique por aqui para descobrir a mais sobre a Deusa Amaterasu e os interessantes mitos que influenciaram a história do Japão.
Aproveite para conhecer a força ardente da Deusa Sekhmet e sua história.
Quem é a Deusa Amaterasu?
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A Deusa Amaterasu é filha do deus primordial supremo da mitologia japonesa, o deus Izanagi, ou seja, ela é uma divindade importante que faz parte da realeza divina. Aliás, o imperador japonês Naruhito clama ser descendente direto de Ama, como Amaterasu é carinhosa chamada.
Reverenciada pela religião xintoísta, Amaterasu como a Deusa do Sol é responsável por iluminar o Universo e garantir o calor para o cultivo do arroz nos enormes campos japoneses. Por isso, a Deusa Amaterasu é vista com uma das criadoras do Japão, junto com seu poderoso pai e irmãos.
De acordo com a mitologia xintoísta, ao lavar o seu olho esquerdo, o deus Izanagi trouxe à vida a Deusa Amaterasu. Já o seu irmão Tsukuyomi, deus da Lua, nasceu da lavagem do olho direito e, ao lavar o nariz, nasceu o deus das tempestades e do oceano Susanoo. Com isso, os irmãos ficaram conhecidos como Mihashira-no-uzu-no-miko que significa “os três filhos nobres”.
Dessa maneira, para cada um, foi atribuída uma responsabilidade na Ilha: Amaterasu era encarregada de esquentar os campos com o Sol, Tsukuyomi ficou com a tarefa de iluminar a noite com a Lua, Susanoo, por sua vez, dedicava-se aos movimentos das marés e à previsão de chuvas.
Como morada, a Deusa Amaterasu escolheu viver dentro de uma gruta na companhia de suas criadas que passavam as noites tecendo um quimono da cor do dia seguinte. Pela manhã, a deusa do sol saía da sua gruta para trazer calor à Terra com a sua luz solar. Dessa maneira, ela garantia a vida com o crescimento da vegetação nos arrozais.
Os mitos das desavenças entre três filhos nobres
Diferentemente da mitologia grega, o panteão xintoísta não está repleto de histórias de batalhas, vinganças e torturas entre os deuses. No entanto, a criação do Japão foi marcada pelos mitos das desavenças que Amaterasu nutriu com seus irmãos.
Mito da Deusa Amaterasu e do Deus Susanoo: O mundo escuro
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A Deusa Amaterasu tinha o costume de cultivar lindas flores, em um campo próximo à sua gruta. Mas, em um belo dia, Susanoo resolveu pregar uma peça em sua irmã soprando ventos fortes que levaram suas flores ao horizonte.
Ao ver seu lindo jardim arruinado, Amaterasu foi tomada por uma tristeza tão profunda que decidiu se recolher em sua gruta fechada com uma rocha pesada. Como resultado dessa briga entre os dois irmãos, o mundo foi invadido pela escuridão absoluta e pelo frio congelante dos invernos japoneses. Após meses sem sol, a Terra estava doente e passando fome.
Foi então que Omoikane, o deus da inteligência, teve a grande ideia de se unir a deusa da dança e da alegria Uzume para criar um plano de resgate do sol. Enquanto Uzume dançava sensualmente ao redor da caverna de Amaterasu, Omoikane posicionava espelhos que refletiam a dançarina através de frestas na entrada da gruta.
Intrigada com a música e gargalhadas que vinham do lado de fora, a Deusa Amaterasu não aguentou de tanta curiosidade que decidiu espiar a agitação. Foi neste momento que os deuses conseguiram agarrá-la e trazer o brilho do sol para os dias, novamente.
Desse modo, a ordem no panteão xintoísta foi restabelecida e a harmonia entre a Deusa Amaterasu e o Deus Susanoo voltou a reinar nos céus japoneses.
Mito da Deusa Amaterasu e do Deus Tsukuyomi: O dia e a noite
A Deusa Amaterasu era responsável por suprir a luz necessária para a plantação de enormes campos de arroz. Porém, ela não conseguia tomar conta do dia e do cultivo de seus arrozais. Por isso, ela pediu ajuda da deusa dos alimentos, Uke-mochi, que fornecia sementes e adubos para os campos.
Certo dia, a deusa do sol pediu ao seu irmão Tsukuyomi que desse uma olhadinha em seus arrozais e verificasse o trabalho de Uke-mochi. Foi então que a deusa dos alimentos teve a infeliz ideia de preparar um banquete especial ao deus da lua vomitando:
- Arroz cozido para simbolizar a felicidade em abundância;
- Peixes e moluscos para simbolizar a sabedoria em abundância;
- E algas que simbolizavam a alegria em abundância.
Furioso e enojado com a surpresa de Uke-mochi, Tsukuyomi decide se vingar matando a deusa que preparou a refeição. Porém, a Deusa Amaterasu não gostou nada do ato do seu irmão e o julgou como um deus mau.
Como consequência, a deusa sol e o deus lua ficaram, para sempre, separados. Neste momento, nasceu a concepção de dia, quando Amaterasu reinava, e de noite, quando Tsukuyomi ocupava o seu lugar.
Culto a Deusa Amaterasu
Você percebeu que, na mitologia xintoísta, o Sol é atribuído à uma mulher e a Lua à um homem? Percebe-se que o sagrado feminino está inserido em um cenário de criação como o elemento que permite a vida e a fertilização e cultivo de alimentos, dentro da cultura japonesa.
Não é à toa que a Deusa Amaterasu representa um importante símbolo do culto sagrado de mulheres que confiam no seu poderoso senso de justiça equilibrado pela sua bondade. Além disso, ela é invocada para que a sua luz solar aqueça os corações, ilumine caminhos e desobstrua a mente.
Para cultuar a Deusa Amaterasu, não é preciso muito, uma vez que ela está presente nos céus, mesmo nos dias nublados. Porém, você pode saudá-la ao nascer do sol e, com a ajuda de um espelho, refletir a sua luz dentro da sua casa para que ela seja energizada com a sua força.
Aqui, você conheceu a fascinante história da Deusa Amaterasu, a deidade xintoísta criadora do Japão. Se você também se interessa pelas vidas das Deusas, confira o livro “Todas as Deusas do Mundo”, do autor Claudiney Prieto.
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