Com certeza você alguma vez já ouviu falar em psicografia, mas você sabe exatamente do que se trata esta célebre faculdade mediúnica?
Psicografia é o método utilizado pelos médiuns para transcreverem, com as próprias mãos, mensagens e textos sob a influência de espíritos desencarnados. Ou seja, a psicografia é uma forma de comunicação escrita do mundo espiritual com o mundo terreno.
Os mecanismos de funcionamento da psicografia variam conforme o grau de consciência do médium durante o processo da escrita, podendo ser consciente, semi-mecânico ou mecânico.
Conheça com exemplos alguns dos diferentes dons de vidência e mediunidade.
A psicografia segundo Allan Kardec, o pai do espiritismo
No Livro dos Médiuns, mais especificamente no capítulo XV (15), Allan Kardec afirma que dentre todas as formas de comunicação mediúnica, a psicografia (escrita manual dos espíritos através das mãos dos médiuns) é a mais simples, agradável e, principalmente, a mais completa.
Ele justifica essa afirmação com as seguintes argumentações:
“Todos os esforços possíveis devem empreendidos no desenvolvimento da psicografia, pois dentre todas as faculdades mediúnicas, é ela que permite uma melhor comunicação dos espíritos conosco, através de uma relação permanente e regular”.
“É através da psicografia que os espíritos revelam melhor a sua natureza e o seu grau de evolução, e com facilidade podem expressar seus pensamentos e sentimentos mais íntimos, se assim permitirmos”.
Ainda segundo Kardec nos ensinou, a psicografia é a mediunidade mais fácil de ser desenvolvida, já que seus mecanismos de harmonia e sintonização são facilitados pela automatização proveniente da escrita:
“Quando uma pessoa está escrevendo, sua mente consciente busca informações contidas no inconsciente para ordenar o fluxo criativo, e uma vez que a influência dos espíritos sobre os médiuns se dá através da mente inconsciente, a psicografia se mostra como o método mais fácil do espírito comunicante estabelecer uma sintonia com o médium escrevente”.
“Quando se trata de racionalizar e dar vida as ideias, é muito mais fácil e confortável fazê-lo por intermédio da escrita do que da fala, e é este o motivo de os grandes homens e pensadores do nosso tempo preferirem elaborar seus grandes discursos públicos por escrito”.
“Trazendo este conceito ao universo da mediunidade: as mensagens escritas através da psicografia têm um maior valor e mais mensurável, justamente pelo fato de poderem ser examinadas de forma mais abrangente. Desta forma, pode-se analisar, investigar e entender melhor os pensamentos e intenções do espírito que se comunica”.
A clarividência também é um dom que advém dos talentos mediúnicos, e através dela já foram produzidas inúmeras previsões do futuro ao longo da história. Mas você sabia que essas previsões não necessariamente anulam a sua liberdade de escolha?
Entenda a relação entre clarividência, destino e livre-arbítrio.
A importância da psicografia na história e estruturação dos estudos mediúnicos
Apesar de ter sido Allan Kardec o primeiro especialista em mediunidade a estudar a fundo a psicografia, ela não surgiu em sua época, pelo contrário.
Nas mais antigas civilizações já havia registros de comunicação espiritual através da escrita, muito embora os médiuns do passado não possuíssem a consciência exata da origem de alguns de seus manuscritos e que isso se tratava de psicografia. Mas é a partir de Kardec que a comunicação espiritual por escrito ganha força.
Na verdade, a maior parte das codificações de Kardec e seus estudos sobre o espiritismo foram baseados na psicografia, não somente por intermédio dele, mas de médiuns em diversas partes do mundo, que através das mensagens psicografadas foram gradualmente esclarecendo as dúvidas de Kardec sobre as relações entre o mundo material e o espiritual.
Isto se nota principalmente na maior de suas obras literárias, O Livro dos Espíritos, que até hoje define as bases de toda a religião espírita e o qual foi todo construído através de mensagens psicografadas.
No Brasil, o maior representante da psicografia é ninguém mais ninguém menos que Francisco Cândido Xavier, o famoso Chico Xavier, que escreveu mais de quatrocentos livros psicografados ao longo de sua vida.
Saiba mais sobre O Livro dos Espíritos: principais tópicos e considerações e porque você deve ler. (V64)
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