Nos dias de hoje, o respeito é um sentimento que nem sempre é compartilhado entre as pessoas. O contrário do respeito, muitas vezes, é o preconceito. Basicamente, é a atitude de criar uma ideia antes de conhecer algo ou alguém, ter um pré-julgamento sobre qualquer assunto.
É muito triste falar isso mas hoje em dia, chega a ser comum vermos situações em que o preconceito e a discriminação são recorrentes. Estamos vivendo em uma década que as pessoas sentem que têm o direito de achar o que querem sobre o próximo e agir desumanamente em cima disso.
Uma das causas mais habituais de se encontrar esse tipo de julgamento cruel é quando o assunto é religião. Pare e pense, quantas vezes já não assistimos ou ouvimos católicos falando mal de evangélicos? Ou ambos com uma espécie de perseguição contra as religiões de matriz africana? Pois é, virou tão normal que chega a ser assustador!
O que muitas pessoas não sabem é que isso tem nome e recebe punições muito sérias, isso porque intolerância religiosa é crime. Pensando em conscientizar as pessoas sobre isso e espalhar o respeito nos corações, trouxemos todas as informações sobre nesse texto. Dá uma olhada:
O que é intolerância religiosa?
É a discriminação por crenças e práticas oriundas da religião. É um ato de julgamento, desrespeito e ofensa para com outras pessoas que não são adeptas da mesma religião que você. É uma afronta que acontece, muitas vezes, em liturgias ou cultos, ambos são cerimônias relacionadas a celebração e encontro da religião.
Como acontece a intolerância religiosa no Brasil?
No nosso país, a intolerância religiosa acontece todos os dias. Ataques, ofensas e as principais discriminação se dão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de pessoas que se declaram praticantes de alguma religião são:
- 65% se declaram católicos (aproximadamente 123 milhões de pessoas).
- 22,4% se declaram protestantes, ou seja, evangélicos, tradicionais, pentecostais e neopentecostais (aproximadamente 42,3 milhões de pessoas).
- 8% declaram-se sem religião, ou seja, ateus, agnósticos ou deístas (aproximadamente 15,3 milhões de pessoas).
- 2% declaram-se espíritas (aproximadamente 3,8 milhões de pessoas).
- 1,6% declaram-se seguidores de outra religião como budistas, judeus, esotéricos e espiritualistas (aproximadamente 3,1 milhões).
- 0,7% se declaram testemunhas de Jeová (1,4 milhões de pessoas).
- 0,3% declaram-se seguidores de matriz-africana (aproximadamente 588 mil pessoas).
Esses são os últimos dados coletados pelo Instituto. Observando e analisando, podemos ver que existe uma religião que é majoritariamente praticada pelos brasileiros. De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) – em 2018, foram registrados mais de 500 denúncias sobre intolerância religiosa.
Dentro desses casos, a que mais sofreu preconceito foi a Umbanda (com 72 denúncias) e o Candomblé (com 47 denúncias). Perceba que ambas as religiões são as que são menos praticadas em nosso país, mas são as que mais sofrem com esse preconceito.
Intolerância religiosa X xenofobia?
A xenofobia é aversão e o preconceito contra pessoas de países diferentes que o seu. É um preconceito diferente mas que se mesclam no caminho. Isso porque muitas vezes a religião está diretamente ligada com a cultura de um povo. Algumas pessoas usam disso como principal arma de ofensa contra a cultura, expressando xenofobia e intolerância religiosa em conjunto. Um grande exemplo disso são os povos muçulmanos, que vem do Oriente ou de outros lugares. Para eles, a religião é uma parte fundamental da vida e do cotidiano. Por isso, acabam sofrendo um julgamento extremo.
Como a intolerância religiosa é tratada judicialmente?
Embora muitas pessoas não saibam, intolerância religiosa é crime. A lei está prevista no artigo 5 da Constituição Federal de 1988, lei nº 9.459 criada em 13 de maio de 1997. O artigo diz que o Estado brasileiro é laico, portanto que a posição nacional perante todas as religiões é neutra. Logo, todas podem existir de acordo com a vontade de seus praticantes.
Essa lei prevê punição para todo e qualquer crimes de injúria, ofensa e discriminação por raça, cor, etnia, procedência nacional ou religião. A punição é de até três anos de reclusão e multa para quem tiver o ato. Logo, se um dia você sofrer algum tipo de intolerância, você pode e deve denunciar! Para isso, basta ligar para Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e relatar o caso.
Como trabalhar o respeito para com os outros?
Como falamos no começo, esse tipo de atitude prega o contrário do respeito, do amor e da compreensão com o próximo. Além de ser uma atitude merecedora de repúdio, é crime.
Se um dia você já agiu assim com alguém, repense. Os outros são como espelhos, o que nos incomoda neles, na verdade, é o que incomoda em nós mesmas. Lembre-se de que a maneira como você trata os outros diz muito sobre quem você e o que carrega dentro de si.
Agora que você já sabe a importância de falarmos sobre a intolerância religiosa, aproveite também para ler:
- Existe vidas passadas? Religião x Ciência
- A origem do Candomblé
- A história da Umbanda
- Santos católicos na Umbanda