Filosofia Ubuntu: origem do pensamento e do bem coletivo

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Se você quer saber mais sobre Ubuntu, origem e como praticar, veio ao lugar certo. Nós vamos contar em detalhes quando foi a primeira aparição literária desse termo e como praticar essa filosofia tão bonita.

Ubuntu é um termo utilizado nas línguas Xhosa e Nguni que define virtudes humanas como empatia, compaixão e humanidade. Sua tradução é um mistério, já que cada língua africana tem a sua tradução própria.

Basicamente, de uma forma mais sucinta, Ubuntu significa “eu sou, porque nós somos“. Esse pensamento pautado no coletivo foi que os salvou do regime racista do apartheid.

Ou seja, a ideia do indivíduo sendo o fruto da soma de experiências do grupo é uma manifestação cultural poderosa.

Muitos definem ubuntu como a origem de sentimentos puros como generosidade, solidariedade, empatia e harmonia. Dessa forma, o eu abre espaço para o nós.

O espírito dos povos africanos, entendem como é importante a comunidade, a família, a amizade e o compartilhamento.

Ao perceber que cada ação que temos afeta e influencia a vida do outro e, em troca, nossas vidas são igualmente afetadas, podemos aprender a apreciar o espírito comunitário e os laços familiares que existem dentro das tribos africanas.

A nossa existência afeta o universo e essa é uma imensa responsabilidade. Portanto, porque não utilizar esse poder todo pelo bem do grupo, não é mesmo?

Agora que você entendeu o que significa Ubuntu, vamos entender melhor a sua origem.

Ubuntu, origem da filosofia

Não se sabe bem ao certo quando surgiu, mas acredita-se que já conta com alguns bons séculos de vida. A primeira vez que terras americanas tiveram contato com o termo foi por meio de um artigo científico.

Esse artigo, de 1846, define o Ubuntu como uma qualidade humana que visa o bem estar do grupo. Por isso, o grupo vem acima do indivíduo, já que todos formam uma espécie de colônia que dependem um dos outros para prosperar.

Apesar do mundo tomar conhecimento do termo, ele não ficou famoso nesse século. Aliás, ele nem era conhecido como uma filosofia, e sim como uma qualidade.

Somente durante o regime racista opressor do apartheid é que o Ubuntu foi sendo lapidado e adotado como filosofia de vida. Com os ideais de união pelo bem do povo, o Ubuntu foi ganhando espaço e adeptos.

Podemos afirmar que Desmond Tutu e Nelson Mandela utilizaram o termo e a filosofia para fazer um levante, melhorar o ânimo dos oprimidos e fazer com que lutassem pelos seus direitos. Um trecho da biografia de Mandela (Mandela’s Way: Fifteen Lessons on Life, Love, and Courage, de 2009) define ubuntu da seguinte forma:

o profundo sentido de que somos humanos apenas pela humanidade dos outros; que se quisermos realizar alguma coisa neste mundo, será em igual medida devido ao trabalho e às conquistas dos outros.

Portanto, foi a partir da luta social pelo bem estar da África do Sul, é que Ubuntu deu origem a uma filosofia de vida que prima pelo bem comum e combate o egoísmo, desrespeito, desunião, divisão e preconceito.

Como o Ubuntu afeta nossa sociedade?

Já ouviu falar em associações de bairro? E hora comunitária? E a biblioteca do bairro? Quem sabe você sabe de alguma indústria que apoie projetos sociais para crianças? Isso tudo pode ser considerado Ubuntu.

A preocupação com o próximo, com a evolução da comunidade e com o bem estar do vizinho podem parecer coisas simples, mas não são. Nem todos pensam e agem dessa forma. 

Vivemos em uma era imediatista em que tudo é pensado e executado apenas para o prazer e satisfação do indivíduo e não do coletivo. O individualismo em excesso pode ser um veneno.

Ainda bem que o brasileiro, com fortes e orgulhosas raízes africanas, é o exemplo de bondade e preocupação com o próximo. Podemos citar um momento muito delicado – que ainda estamos vivendo em pleno primeiro semestre de 2022 – que é a pandemia do novo Coronavírus.

Quantos artistas realizaram shows em benefício de comunidades carentes? Quantas pessoas se preocuparam com comunidades em situações extremas e correram para prestar ajuda? 

Forma muitos projetos que vimos e participamos – eu pelo menos participei de alguns – que nos enchem de orgulho e nos aquecem o coração. Fazer o bem para o outro faz muito bem pra gente, não é mesmo?

Pratique o Ubuntu

Para continuar com o coração quentinho, atrair energias positivas e ter uma vida mais leve é preciso suar a camisa. E isso inclui não ignorar os problemas pelo qual estamos passando em nossa sociedade.

Muita gente precisa de empatia, carinho, atenção, roupas e comida.Por incrível que pareça, mesmo o Brasil sendo um dos maiores geradores de alimento do mundo, nós ainda temos boa parte da população passando fome e sede.

Não ignore esses problemas graves de origem histórica e aplique o Ubuntu. Veja o que você pode fazer:

  • Antes de se preocupar com a sociedade como um todo, cuide da sua família;
  • Procure participar de ONGs e grupos que têm projetos que visam oferecer mais qualidade de vida ou redução de danos;
  • Doe o que você não usa mais;
  • Ensine as pessoas algo que você domina, nem que seja aquele bolo delicioso de chocolate;
  • Tenha mais empatia e lembre-se que o mundo é um eco de suas ações.

Para você ter uma visão diferente sobre o Ubuntu, convido você a assistir o depoimento de um fotógrafo brasileiro, André François, que experimentou essa filosofia. Ele dá uma visão diferente e muito emocionante.

Françoise afirma que evitamos a dor do outro e isso nos impede de participar de um grupo. Além disso, relata uma experiência interessante em uma tribo Yanomami. Confira.

Para finalizar, espero que tenha entendido mais sobre Ubuntu, a origem de uma filosofia linda que só tem a melhorar a convivência em sociedade.

Um grande abraço e até breve! 🤝💖

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