Se já não é fácil viver em uma sociedade tão conservadora e retrógrada quanto a que está ao nosso redor, imagine o caso de ser gay em uma cidade pequena e tradicionalista. Entender que não é possível mudar tudo o que nos cerca de uma hora para outra se torna ainda mais desesperador quando isso se dá nas pequenas cidades e sua tradição calcada no século passado. Nesses casos, o que fazer? Descubra agora!
Quando se vive em um ambiente conservador, uma das maiores dificuldades é aceitar que aquela não é a única realidade existente no mundo. Ao se dar conta de que há diversas outras realidades possíveis e muita coisa a se aprender por todo o globo, nota-se que a mente se expandiu de uma forma que nunca mais voltará à forma anterior.
Ainda assim, em uma cidade pequena tudo funciona como se o mundo se resumisse às pequenas praças e às pessoas e personagens conhecidos por todos os poucos habitantes dali. Então, ser gay em uma cidade pequena e tradicionalista se torna uma dificuldade grande quando o burburinho sobre namoros e relacionamentos diferentes do padrão ali estabelecido por valores como a religião causam transtorno. Com isso, é um perigo gigantesco ser expulsa de casa pela própria identidade sexual aconteça quando se assuma o que se é.
Vão acontecer diversos momentos em que não haverá mais identificação alguma com aquele ambiente e será ainda mais difícil conviver ali. Com isso, em algum determinado momento vai bater no íntimo a vontade de se assumir como se é de fato e sem fingimentos. E aí, será um eterno pisar em ovos até se tomar a coragem de assumir a homossexualidade.
As chances de ouvir comentários jocosos ao perambular pelas ruas demandam muita maturidade para não se abater e ficar para baixo.
Pouco ou nada vai adiantar as tentativas de convencer os moradores locais de que as diferenças são naturais e devemos conviver com elas com o máximo de naturalidade. É como dar murro em ponta de faca, a necessidade de pensar melhor em como lidar com esses problemas exige maturidade, estratégia e inteligência.
Quando se chega a um ponto em que a única solução para uma paz interior é assumir a homossexualidade, a vontade é grande de “sair do armário”, ou seja, assumir quem de fato é. Mas, será que essa será a melhor solução?
Ser gay em uma cidade pequena e tradicionalista leva muita gente a se esconder e viver em bolhas como as da internet por exemplo: pessoas de outros lugares, muito distante e sem nenhum contato pessoal conhecem de fato a identidade de alguém muito mais do que vizinhos, familiares ou amigos e amigas próximas.
Pois, deve-se levar em conta que assumir ser gay em uma cidade pequena e tradicionalista é o mesmo que mostrar a homossexualidade em um ambiente hostil. E isso pode levar a diversas represálias, desde ser mal recebido em ambientes públicos até mesmo a ser expulso de casa, de acordo com os valores pregados por pais, mães, avós e outros familiares de convívio.
Embora deva-se incentivar toda forma de assumir a homossexualidade para uma melhor saúde mental e aceitação própria, pode ser que, em alguns momentos, o ideal seja mudar de ambiente para ser quem se é em sua totalidade do que lutar uma batalha que já é perdida logo de começo.
Antes de tomar atitudes que pareçam normais em uma sociedade, perceba que as consequências podem ser ruins de acordo com o ambiente.
Em boa parte dos casos, a única solução possível é tentar a vida na cidade grande. Ainda que a sociedade brasileira volta e meia seja muito conservadora e retrógrada, pode ser uma vida melhor do que ser gay em uma cidade pequena e tradicionalista, que não aceite quem você é e exija, para certa aceitação, que você se encaixe em padrões que não lhe representam ou causem uma mínima identificação.
Com as clássicas justificativas de maiores oportunidades de estudos e profissionais, essa saída vai lhe causar maior visão de mundo e de conhecer pessoas com os mesmos problemas familiares de aceitação e identificação que você pode vir a enfrentar na cidade natal.
Tenha em vista que é impossível mudar a mentalidade de toda uma cidade e, se você não se identifica, pode ser que a única solução seja mudar de ambiente e procurar o que é melhor para você. Não se martirize ou fique triste, se tiver de tomar uma atitude dessas, procure sua felicidade. Seu caminho é você quem faz e ninguém tem o direito de lhe julgar por isso!
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