Apesar das religiões afro-brasileira serem ainda alvo de muito preconceito, nas manifestações culturais elas são presença constante. Desde as músicas carnavalescas da Bahia até clássicos da MPB, os Orixás do Candomblé são louvados e adorados. Para entender melhor a relação desses orixás com seus filhos humanos, vamos analisar algumas das músicas brasileiras que falam dessas divindades. Confira!
A bênção, Bahia – Os Orixás do Candomblé
Cidade com imensa população negra, é de Salvador que vem a maior parte das músicas louvando os orixás do Candomblé. Mas as canções não estão restritas às músicas de axé cantadas por Daniela Mercury e companhia. Grandes nomes da MPB também falam do assunto.
Iemanjá – Iemanjá certamente é uma das orixás do Candomblé mais veneradas. A deusa é cantada em músicas da família Caymmi, da Timbalada, do Monobloco e muitos outros. Não é à toa. Iemanjá é considerada a rainha do mar. Seu nome significa “mãe cujos filhos são peixes”.
Ela está ligada à fertilidade feminina e à maternidade. Portanto, famílias que desejam ter filhos, ou mães que querem proteger seus pequenos, podem pedir a intervenção de Iemanjá. Um dos maiores compositores da história da MPB, Vinícius de Moraes, compôs em 1971 a canção “A benção, Bahia”. Veja a letra da música:
“Olorô, Bahia
Nós viemos pedir sua bênção, saravá!
Hepa hê, meu guia
Nós viemos dormir no colinho de Iemanjá”
Oxum – Dessa vez, quem aparece na canção de Vinícius é Oxum, a rainha dos rios e lagos. Ela reina sobre o amor, o dinheiro, a intimidade e a beleza. Tão vaidosa quanto Iemanjá, ela é responsável por uniões e separações.
“Saravá, Senhora
Nossa mãe foi-se embora
Pra sempre do Afojá
A rainha agora
É Oxum, é a Mãe Menininha do Gantois”
Oxalá – Esse é o deus da criação do mundo e da humanidade. Ele se apresenta aos seus filhos humanos de duas maneiras: jovem e idoso. Seus filhos, por sinal, são considerados bem autoritários.
Obaluaê (ou Abaloaê) – é o orixá da terra, do fogo e da morte. Ele é considerado o mais assustador dos orixás. Vestido sempre de palhas dos pés à cabeça, é capaz de curar doenças. Aliás, é por isso que ele se veste assim: uma doença o deixou desfigurado para a eternidade.
Iansã – Por sua vez, é a rainha das tempestades. Curioso pensar que milhares de anos antes do empoderamento feminino, nossos ancestrais já cultuavam uma divindade de temperamento forte e independente. Eparrê, Iansã.
Xangô – Se Iansã é a rainha das tempestades, Xangô é o rei dos raios e dos trovões. Moraes Moreira, então, sabia do que estava falando ao conclamar esses dois deuses. Xangô é considerado o rei eterno do povo iorubá.
Logum-Edé – Um deus e, ao mesmo tempo, uma deusa. Ele/ela passa seis meses por ano como mulher (vestindo-se com uma saia rosa) e outros seis meses como homem. Um orixá que, apesar de pouco conhecido, está em alta por conta das discussões acerca da transexualidade de um personagem da novela “A Força do Querer”.
Nanã – considerada por muitos estudiosos como o orixá mais antigo de que se tem registro. É protetora dos idosos e responsável pelos portais de entrada e saída das almas.
Em Adarrum quem canta os orixás do Candomblé é o mestre Moraes Moreira. Confira:
“Desce Oxalá
Abaluaê Iansã
Desce Xangô
Logum-Edé e Nanã”
E você, conhece outras músicas que falem sobre os orixás do Candomblé? Conte para gente nos comentários. E agora que você já conhece os orixás do Candomblé, confira também:
- Qual o Orixá regente de 2018?
- Entenda detalhadamente o que são os orixás
- Conheça o dia dos Orixás na Umbanda
- Por que dia 30 de setembro é o Dia do Candomblé?