Conheça mais sobre Oxumaré – O Orixá sincretizado com São Bartolomeu

Sendo representado pela figura da cobra e do arco-íris, Oxumaré é um Orixá masculino que simboliza a permanência, a continuidade, a riqueza e a fortuna. É ele quem rege o princípio da multiplicidade da vida, os diferentes caminhos a se seguir e os variados destinos. Esse Orixá é responsável pela sustentação do mundo, controlando o movimento do oceano e dos astros. Quer conhecê-lo melhor? Então, confira agora!

Oxumaré – O Orixá dos princípios e destinos

Oxumaré é considerado o “senhor das transformações” e com as figuras que o representam, o arco-íris e a cobra, espalha as energias da renovação, da fortuna e da riqueza. A “cobra arco-íris” que o Orixá carrega leva para a entidade as características marcantes do animal: mobilidade e agilidade. Já o arco-íris, representa a forma como ele viaja do céu, onde mora, até a Terra.

É o Orixá que representa a união entre feminino e masculino. No geral, a serpente é quem representa as energias femininas e o arco-íris, as energias masculinas. Essa junção de forças permite a existência da vida, da água e da terra, da mortalidade e da imortalidade, e de tudo aquilo que é duplo e apresenta opostos complementares. Oxumaré é aquele que tem uma cobra que envolve a Terra com seu corpo, garantindo a integração do planeta e que o universo se renove. Dessa forma, é ele quem rege as transformações.

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Sobre o Orixá

Quem é filho desse Orixá não teme a mudança. São seres que buscam o novo em diversos aspectos da vida, seja na carreira, nas amizades ou na forma de lidar com o amor. Apesar de sempre almejam coisas novas, a incerteza pode pairar pelas decisões. Mesmo assim, tem uma coragem invejável, sempre se arriscando e até mesmo sacrificando aquilo que possuem para começarem um novo ciclo, mesmo que seja incerto. A incerteza não os paralisa, já que um filho de Oxumaré tem em si motivação e felicidade para isso.

As homenagens ao Orixá se concentram na terça-feira e todas as cores do arco-íris são atribuídas a ele. No geral, é representado com vestimentas amarelas e verdes, e sua saudação é “Arroboboi Oxumarê!”.

A função de Oxumaré é carregar a água dos mares até o céu, transformando-as em chuva. As homenagens dedicadas ao Orixá concentram-se no dia 24 de agosto, mesmo dia de São Bartolomeu, figura católica com quem é sincretizado.

Oxumaré e o sincretismo com São Bartolomeu

Além da data de comemoração ser a mesma, não há uma explicação certa para o sincretismo religioso entre o Orixá e o santo católico. Acredita-se que a trajetória de vida e de fé de São Bartolomeu se relaciona com a energia que Oxumaré carrega em seus trabalhos.

De acordo com a tradição católica, São Bartolomeu – também conhecido como Natanael – foi um dos doze discípulos de Jesus. Nascido em Caná, na Galiléia, quem o apresentou a Jesus foi o apóstolo Filipe. Sua principal característica era a sinceridade. Na Bíblia, livro sagrado, há uma passagem em que Jesus refere-se a ele como “um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”.

Como conviveu com Jesus no dia a dia, seu trabalho de pregação foi o de evangelização do povo e como era um viajante, atuou em diferentes regiões do globo. Esse trabalho começou após a crucificação de Jesus. Nas viagens que fez para evangelizar, São Bartolomeu converteu inúmeras pessoas a seguir os ensinamentos do Senhor.

Durante esse trabalho de pregação e evangelização, o santo católico enfrentou diversos obstáculos para conseguir concluir sua tarefa. A história conta que após viajar por mais de doze cidades, São Bartolomeu passou a encontrar inveja e intriga no seu caminho. Em uma das últimas cidades que passou, a força contrária ao trabalho que realizava foi tanta que acabou em sua morte.

Acredita-se que Bartolomeu foi morto, martirizado e teve seu corpo esfolado no dia 24 de agosto 51 d. C. Conta-se que sua morte foi requisitada pelo governador da cidade de Albanópolis, localizada às margens do rio Cáucaso, que não aceitou a pregação do cristianismo em suas terras.

Além de homenagear São Bartolomeu, a data também é lembrada como o dia de um dos maiores assassinatos de protestantes por católicos de toda a história. Foi em agosto de 1572, em Paris, na França, que milhares de protestantes foram mortos por ordens do clero e da realeza. O dia é conhecido até hoje como o “Massacre da Noite de São Bartolomeu”.

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