Desde criança escutamos lendas do folclore brasileiro, principalmente do Saci Pererê, da Mula-sem-Cabeça, do Curupira… Mas o livro de histórias populares é tão grande quando o Brasil!
Reunimos algumas das figuras não tão conhecidas do folclore brasileiro para você conhecer mais sobre nossas crenças populares.
Figura mais conhecida no interior dos estados de São Paulo e de Minas Gerais, a Pisadeira é descrita como uma mulher idosa, alta e magra, com cabelos brancos e bagunçados. Seus dedos são compridos e secos, com unhas enormes, e seus dentes são verdes. De olhos vermelhos e nariz enorme, sua aparência remete às das bruxas de histórias infantis.
Essa figura do folclore tem o hábito de ficar à espreita nos telhados, observando o que acontece dentro das casas e esperando alguém que vá deitar logo depois de ter jantado. Quando essa pessoa está dormindo, a Pisadeira invade o quarto e pisa no estômago ou no peito de sua vítima, que acorda desesperada, mas não consegue se mexer pois está paralisada.
A lenda da Pisadeira é geralmente associada à paralisia do sono ou caracterizada como a personificação do pesadelo, principalmente durante o sono conturbado que ocorre depois de fazer uma refeição muito pesada.
As versões dessa lenda variam: algumas dizem que Matinta Pereira é uma bruxa que tem o dom de se transformar em um pássaro agourento; outras afirmam que é uma mulher vestida com uma roupa preta e comprida, com mangas largas o suficiente para servirem de asas.
O que as versões costumam ter em comum é que Matinta Pereira, em noites escuras sem luar, transformada em ave ou não, assobia ou canta um som estridente e assustador.
Para acabar com o barulho, aquele que escuta o canto oferece algo, geralmente tabaco, em troca do silêncio. Na manhã do dia seguinte, a primeira visita da casa, geralmente uma mulher idosa, pede pela oferenda. Caso o morador da casa se recuse a dar a Matinta Pereira o prometido, a lenda diz que alguma desgraça acontecerá, já que se acredita que essa figura do folclore típica da Região Norte tenha poderes mágicos.
Algumas versões dizem que, ao invés de uma bruxa que se transforma em pássaro porque quer, Matinta Pereira sofre de uma maldição que é passada de mãe para filha. Caso não tenha uma herdeira, Matinta se esconde na floresta até que uma moça cruze seu caminho; assim que isso acontece, pergunta “quem quer?” e a moça, acreditando que é uma oferenda de joias ou riquezas, diz “eu quero”, se tornando a nova Matinta Pereira.
Para os Tupinambás, Matintaperera é uma mensageira do outro mundo, trazendo notícias dos parentes mortos.
Apesar de ser típica da Região Norte do Brasil, uma versão de Matinta Pereira também é encontrada no Nordeste, em Pernambuco. Chamada de “Sai-Dela”, é um sinal de mau agouro.
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Descrito na maioria das vezes como um veado enorme, branco e de olhos vermelhos que soltam fogo, o Anhangá é um espírito poderoso, protetor de matas, rios e animais selvagens, principalmente na Região Norte. Sua forma também pode mudar de acordo com quem o vê, aparecendo como tatu, boi, pirarucu ou até mesmo como homem.
Segundo a lenda, o Anhangá pune qualquer um que maltrate os animais e a floresta, criando ilusões na mente do caçador, fazendo com que perca seu caminho na mata ou indo à loucura, ou levando pauladas, chifradas ou coices.
Seu assobio é capaz de sumir com a caça e a pesca e, por essa razão, caçadores e pescadores que percebem sua presença logo oferecem bebida ou fumo para garantir sucesso no trabalho. Outra tradição para afastar ou acalmar o Anhangá é queimar castanhas de caju, ou fazer uma cruz com a madeira da mata.
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Conhecida nas regiões das minas de ouro, principalmente no Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste, a Mãe-do-Ouro é uma figura protetora dos tesouros e da natureza, protegendo as jazidas de tesouros para que não sejam encontradas por pessoas com más intenções.
Uma bela mulher de cabelos longos e dourados, vestida com um vestido branco de seda, também é descrita como uma bola de fogo capaz de se transformar em mulher.
De acordo com a lenda, nas noites escuras, sem lua e estrelas, Mãe-do-Ouro sobrevoa as minas e encontra os locais exatos onde há tesouros escondidos para evitar que sejam extraídos.
Uma das versões dessa história é de que um escravo chorou ao não encontrar nenhuma pepita de ouro, pois sabia que seu senhor iria castigá-lo. Mãe-do-Ouro, tocada pela situação do homem, mostrou o lugar onde deveria procurar pelo ouro. Em troca, o escravo não poderia dizer a ninguém onde tinha achado o tesouro. O senhor quis saber onde tinha encontrado o outro e açoitou o escravo quando não respondeu, mas acabou revelando o local. Ao chegar na mina, um grande desabamento acabou matando o senhor e os outros escravos levados até lá para extrair o ouro.
Em outra versão dessa lenda, a Mãe-do-Ouro protege as mulheres maltratadas pelos maridos: atraídos por sua beleza, os homens são levados até cavernas distantes, onde ficam presos para sempre.
Conhecido entre os ribeirinhos, principalmente nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste, o Negro d’Água, também chamado de Caboclo d’Água em outros lugares, é um menino careca, coberto de escamas, com garras afiadas e mãos e pés de pato, habitando os fundos dos rios. Assim como o Anhangá, ele protege os peixes cortando as redes e tirando os anzóis daqueles que já foram pescados.
A lenda diz que pescadores conseguem escapar da fúria do Negro d’Água se jogarem um pouco de cachaça no rio, ou se oferecem fumo a ele. Essa figura do folclore também tem o costume de virar os barcos caso os pescadores não cedem ao seu pedido por um peixe.
O Negro d’Água tem uma risada estridente e característica, que assusta quem quer que a ouça. Gosta de assustar e pregar peças nas pessoas, além de tomar banhos de sol nas pedras à beira dos rios.
A lenda também diz que para se tornar amigo do Negro d’Água e conseguir seus favores, é preciso cortar uma das garras dele.
Figura típica da Região Sul, o Sanguanel é um ser pequeno e vermelho que esconde crianças nos altos das árvores ou no meio do mato. Quando são encontradas, as crianças estão sonolentas e não se lembram do que aconteceu, apenas do Sanguanel levando um pouco de mel em uma folha para beberem. Algumas versões dessa lenda dizem que a criança só é devolvida quando o Sanguanel recebe oferenda de água e mel.
Da mesma forma, ele também prega peças em adultos, principalmente preguiçoso, bêbados ou não religiosos. Além disso, cuida dos animais, em especial dos cavalos: o Sanguanel cuida da crina dos cavalos e, se alguém desmanchar a trança feita por ele, pode ficar bravo.
Seguindo a linha de figuras brincalhonas, os Vira-roupas são espíritos que vivem nos rios, nas praias e nas lagoas, principalmente em Pernambuco e Alagoas. São descritos como pessoas magras e pequenas, espertas e ligeiras, com uma gargalhada bem estridente e atordoante.
Essas figuras gostam de sujar de barro as roupas recém-lavadas que foram deixadas para secar ao sol nas pedras, de virar as roupas do avesso e de roubar roupa suja.
Você já conhecia essas figuras do nosso folclore? Conhece alguma que não apareceu na lista? Conte para a gente nos comentários!
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