Você conhece a história de São Jorge e o Dragão? Ele é conhecido como o Santo que derrotou um terrível dragão. Nos dias 23 de abril e 3 de novembro é comemorado o dia de São Jorge, atualmente essa data não possui a aderência e relevância que já teve no passado, quando São Jorge era considerado patrono e referência aos reinados.
As coisas começaram a mudar em relação à imagem de São Jorge, depois que o Papa Gelásio (492 – 496) proibiu a leitura das histórias do Santo que aconteciam dentro das igrejas, por serem apócrifas e conterem erros. Além de não ser registrada no Breviário Romano. A partir disso as coisas começaram a mudar na igreja católica em relação a São Jorge.
Nascimento de São Jorge – Sua breve história
Há muitas controvérsias em relação ao ano de seu nascimento, algumas vertentes históricas pressupõe que seu nascimento tenha ocorrido por volta do ano 275, na Capadócia, e muito cedo graças ao seu espírito combativo, já adentrou aos exercícios militares obtendo muito reconhecimento e tornando-se até Conde posteriormente, mas tudo isso em sua juventude.
As conhecidas histórias de São Jorge foram registradas em livros lendários apócrifos, ou seja, livros que foram escritos sem fazer menção aos ensinamentos de Jesus, o que também os faz se tornarem livros “pseudo canônicos” o que contribui muito para que a imagem e histórias de São Jorge sejam contestadas por teóricos e referências da igreja católica.
Não se pode confirmar a história do santo, nem afirmar que ele realizou as maravilhas que são contadas. Por isso também, o imaginário popular, por vezes confunde a imagem física do santo com sua imagem celestial.
A vida de São Jorge foi relativamente breve, mas muito intensa. A história conta que ele morreu por volta de 303, perseguido pelos soldados do Imperador Diocleciano que havia baixado um decreto, que visava eliminar todos os soldados critãos que estivessem no meio do Exército Romano. São Jorge tinha nas mãos a oportunidade de escolha, poderia optar por negar a Cristo e viver, ou confessar sua fé em Jesus e morrer. E ele corajosamente optou pela segunda opção.
A perseguição contra São Jorge – Sua morte
Essa perseguição começou, quando a mãe de São Jorge faleceu. Ela era uma mulher muito rica e cheia de conhecimento, inclusive o conhecimento religioso, com o qual instruiu diretamente seu filho até que crescesse e se tornasse notável.
Então quando sua mãe falece, toda a sua fortuna passa para São Jorge, que era totalmente desapegado dessas coisas, então doou tudo aos pobres e necessitados. Isso obviamente causou muito espanto na nobreza, que ainda não conhecia o cristianismo, o que fez com que o Imperador Diocleciano ordenou a adoração e culto somente aos deuses romanos, instituindo assim a “caça” aos cristãos.
Nisso São Jorge foi muito torturado e levado à presença do Imperador diversas vezes para que voltasse atrás em sua palavra de não negar a Cristo, até que no dia 23 de abril, foi ordenada a decapitação do soldado, o tornando assim um Mártir da igreja.
Depois disso, as histórias acerca do santo, foram se espalhando e se difundindo, até o ponto de igrejas e conventos serem fundados em nome de São Jorge.
São Jorge e o Dragão – A maior história de São Jorge
Nas antigas e fascinantes histórias que se tem registro sobre São Jorge, ele é retratado como um cavaleiro corajoso e bondoso, a mais conhecida delas é quando ele derrotou um dragão que estava perturbando uma pequena cidade que ficava próxima a um lago.
A história conta que esse dragão grande se escondia dentro do lago, e exigia ser alimentado por ovelhas todos os dias, mas com essa alta demanda não haveria curral que aguentasse alimentar esse dragão por muito tempo. Então, acabando-se as ovelhas, ele exigiu que a alimentação continuasse mesmo que fosse preciso oferecer mulheres e crianças e eventualmente os homens em quem a sorte recaísse.
Então, certo dia a sorte recai sobre a filha do Rei daquela cidade, fazendo-o se lamentar muito e pedir para que o povo pensasse em outra alternativa pois não queria entregar a sua filha para o monstro. O povo se revoltou, indagando o rei sobre sua indignação em ter que entregar a sua própria filha, depois que todos os filhos da cidade já haviam sido entregues ao monstro.
São Jorge quer livrar o povo da maldade do dragão
Depois de muito se discutir, o rei finalmente decide entregar a sua filha para alimentar o dragão, e foi quando a bela jovem estava indo ao encontro do dragão no lago, toda vestida como se fosse para um casamento, e cruza com o caminho de São Jorge. Esse muito a indagou a respeito de onde ia sozinha e tão bem vestida. a bela jovem resignada, implorava que o cavaleiro fosse embora, pois antes apenas ela devorada pelo dragão do que os dois de uma vez.
Com isso São Jorge soube da história toda e foi rapidamente para o lago à procura do dragão que já os espiava de dentro do lago, seu terrível mau hálito matava as pessoas que se aproximavam. São Jorge o enfrentou quando saiu do lago, tentou perfurar sua pele mas a lança que ele usava se despedaçou, e o fez cair do cavalo, em seguida com muita estratégia usou a espada.
A espada de São Jorge – Ascalon
A espada de São Jorge é muito conhecida, se chama Ascalon, foi com ela que ele conseguiu derrotar o dragão, cravando-a no meio de suas asas, lugar onde não havia as escamas rígidas que protegiam o dragão.
Depois de golpear o dragão assim, ele ainda continuava vivo, mas agora era inválido, São Jorge então pede que a donzela amarre seu cinto ao pescoço do dragão e o conduzisse com ele ao centro da cidade para que todos pudessem ver. O dragão foi guiado pela donzela como se ela guiasse um cordeiro.
Ao chegar na cidade, todos sabiam que ele ainda precisava matar o dragão, mas disse que só faria isso, se todo o povo se convertesse ao cristianismo, o que levou a maioria daquelas pessoas à conversão. Então, ali mesmo ele desceu a espada sobre o pescoço do dragão, que depois precisou ser arrastado por 4 bois para fora da cidade.
São Jorge patrono das grandes Cruzadas Cristãs
Por causa de suas grandes histórias de batalhas, depois de morto São Jorge foi muito reverenciado e honrado como Santo Militar, tendo em seu nome a representação de grandes exércitos e as grandes Cruzadas Cristãs.
Na Inglaterra, o Rei Ricardo I instituiu uma das primeiras Cruzadas à Terra Santas que estava sob o domínio dos Mulçumanos, então tornou-se São Jorge o patrono desse exército. Em seguida o Rei Eduardo III criou a ordem da Jarreteira, que também levava o nome “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”, algumas histórias contam que até o Rei Arthur colocou a imagem de São Jorge atrás de suas bandeiras.
Mais tarde na história tiveram outros momentos onde São Jorge foi reconhecido como um santo Guerreiro, e poderoso em batalhas, o que lhe atribuiu muitos títulos de vitórias quando a Igreja conseguia lutar pela conquista de algum território e alcançava vitória.
São Jorge Guerreiro, é Patrono de alguns lugares pelo mundo, antigamente lhe eram atribuídos muitos lugares de patronato, mas foi diminuindo com a influência das decisões católicas sob a história de São Jorge.
O Brasil, por exemplo, é um país onde São Jorge é considerado Patrono, mas isso aconteceu por causa da influência portuguesa sob nossa cultura. No entanto, quando os povos Africanos chegaram e passaram a incorporar sua cultura religiosa à cultura religiosa local, e portuguesa, São Jorge passou a ser reconhecido em algumas partes do país como Ogum.
É aqui no Brasil, inclusive, que a origem da relação entre a Lua e São Jorge se inicia. Segundo dizeres populares, as manchas na Lua representam o Santo e sua espada, que estão sempre prontos para proteger a qualquer que precisar.