Você conhece bem as religiões afro-brasileiras? Umbanda e Candomblé são as principais delas, sendo seguidas por milhares de pessoas. Todas as religiões merecem respeito e é sempre bom conhecer um pouco mais sobre as suas origens, características distintivas e particularidades. Conheça agora essas duas vertentes religiosas e aprofunde o seu saber espiritual.
Apesar de serem incluídas no mesmo pacote, como sendo de origem africana, Umbanda e Candomblé têm origens distintas. O Candomblé é religião típica do Continente Africano, tendo vindo para o Brasil juntamente com os escravos, na época da escravidão. Os negros replicaram em terras brasileiras os costumes que possuíam em sua terra de origem, nascendo a tradição.
Já a Umbanda, apesar de agregar vários dos elementos percebidos nas religiões de origem africana, foi fundada no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, entre os séculos XIX e XX. Pode-se dizer que Umbanda e Candomblé são religiões parecidas, mas com raízes diferentes quando se trata do país em que foram fundadas.
Enquanto as origens do Candomblé remontam à África, a Umbanda está mais próxima de nós. Dados oficiais dão conta de que a religião nasceu precisamente no ano de 1908, por força do Médium Zélio Fernandino de Moraes, com ajuda do seu guia, o Caboclo das 7 encruzilhadas. Esse foi o marco de surgimento de uma das principais vertentes religiosas em prática no Brasil.
O período marcado pela escravidão no Brasil merece ser lembrado, para mostrar o quanto devemos ao povo africano. Na época, milhares de escravos eram trazidos para o Brasil e forçados a trabalhar para os senhores de terra, sem qualquer direito ou garantia. Mesmo com todo o sofrimento, os negros continuaram a praticar a sua fé.
Não foi tarefa fácil conservar as origens, tendo em vista que os colonizadores portugueses eram em sua quase totalidade católicos. As religiões de origem africana eram proibidas, sendo a prática punida pelos proprietários de escravos. Percebe-se um processo histórico de exclusão e preconceito contra as crenças africanas, principalmente Umbanda e Candomblé, que se arrasta até os dias atuais.
É como deparar com situações de desrespeito voltado contra pessoas que se declaram praticantes da Umbanda ou Candomblé. Trata-se de um preconceito com raízes no período escravocrata, que deve ser coibido sempre que possível. Todos temos liberdade para acreditar naquilo que entendemos correto.
Da mesma forma que religiões como a católica e evangélica e existem e são respeitadas, essas vertentes também devem ser. É uma questão de respeito para com a escolha do outro, que é tão livre quanto qualquer um de nós. Desde que a prática da religião não nos afete, não cause constrangimento ou dano, não há nenhum problema em que sejam permitidas e até mesmo incentivadas.
Sendo religiões com origens distintas, é possível perceber vários elementos de diferença entre a Umbanda e Candomblé. Vários são os pontos de encontro, no entanto, aproximando as duas vertentes. No senso comum, essas duas vertentes constituem uma mesma religião, o que está longe de ser verdade. São parecidas em alguns pontos, mas diferentes em vários outros.
Exemplo da diferença entre Umbanda e Candomblé é o culto aos orixás, presente tanto em uma quanto em outra religião. A diferença é que na Umbanda existe também o culto às entidades, elemento que não figura no Candomblé.
O culto às entidades na Umbanda, religião de origem brasileira, se faz através da incorporação mediúnica. Enquanto isso, no Candomblé os eventos se limitam a manifestação dos orixás, sem que exista um culto específico a outras entidades espirituais. Essa não é, no entanto, a única diferença existente entre essas duas vertentes religiosas.
O número de divindades cultuadas (orixás) também é diferente na Umbanda e Candomblé.
Ao todo, na Umbanda existem nove orixás: Ogum, Oxossi, Iemanjá, Iansã, Oxalá, Xangô, Omulú, Nana Buruquê e Oxum. Já na religião de origem africana, o Candomblé, o número pode chegar a 72. Para cada região, existe o culto a um número específico de entidades, variando muito.
Outra das principais diferenças entre Umbanda e Candomblé diz respeito à sacralização de animais, bastante presente na segunda vertente e inexistente na primeira. Isso significa que a presença de animais, seja nos rituais ou nas oferendas, se mostra evidente no Candomblé, não encontrando paralelo na Umbanda.
Com relação às cantigas adotadas durante a prática religiosa, o Candomblé é marcado pela presença de dialetos típicos da África, fazendo referência às origens dos orixás cultuados. Na Umbanda, religião nascida em solo brasileiro, as cantigas são geralmente em português, deixando claro a diferença existente entre as duas vertentes religiosas.
Essas são as principais características da Umbanda e Candomblé, duas vertentes religiosas presentes no cotidiano brasileiro. A cada dia, maior é o número de adeptos dessas religiões, que merece respeito como todas as outras presentes no país.
Agora que você já conhece um pouco mais as diferenças entre Umbanda e Candomblé, confira também:
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