Apesar de ser menos popular em relação às outras mitologias, a cultura escandinava possui interessantes narrativas. Se você admira histórias com muita gente bonita, paixão e guerra, principalmente da era medieval, arrisco dizer que conhece ou, pelo menos, já ouviu falar sobre as Valkírias da mitologia nórdica.
Hoje vamos contar um pouquinho sobre a história das Valkírias, essas senhoritas ativas e tão polêmicas que procuravam e assistiam aos mais sangrentos combates. Boa leitura.
Quem foram as Valquírias na mitologia nórdica?
Contam as lendas que as Valkírias eram virgens, criaturas mensageiras que representavam o espírito feminino e que recebiam ordens de Freya. Por serem filhas do deus da guerra, integravam o time de Odin, o principal deus da religião cultuada pelos povos nórdicos e germânicos do norte europeu.
Por este motivo, as Valkírias se faziam presentes na maioria das batalhas e, quando montavam em seus alados corcéis, a luminosidade de suas vestimentas e de seus escudos cintilava uma luz diferente pela atmosfera, semelhante à aurora boreal. Apesar de serem apresentadas como guerreiras, as Valkírias não lutavam e eram responsáveis pela escolha dos corpos.
As Valkírias fizeram parte da cultura popular dos povos germânicos entre a Idade Média e a Idade Contemporânea. Na Alemanha, inclusive, foram usadas para compor o nacionalismo do país, na época de sua unificação, ocorrida no século XIX.
Origem das Valkírias
Dentre as camponesas que possuíam títulos nobres, Odin escolhia as suas “escolhedoras de corpos” e as levava para junto dele, em Asgard.
Quantas Valkírias existiram?
Ao contrário do que se vê na maioria dos filmes por aí, os números da mitologia nórdica apontam que existiam poucas Valkírias. Os principais documentos contam que, no início, existiam apenas 6 delas e, outras vezes, eram apontadas em grupos de 9 a 13 mulheres.
Qual era a função das Valquírias na mitologia nórdica?
As Valkírias percorriam os campos de guerra atrás dos melhores soldados. Elas escolhiam dentre os homens mortos nas batalhas e os conduziam para que chegassem até Valhalla, o famoso e desejado salão de Odin.
Lá, os guerreiros permaneciam e treinavam para integrar o exército do deus da guerra até o dia da batalha contra os trolls, duendes e demônios, descendentes de Ymir, o gigante de gelo que dormiu por várias eras.
Algumas curiosidades sobre as Valkírias e a mitologia nórdica
Apesar de serem criaturas extremamente interessantes e importantes para a cultura escandinava, as Valkírias não são bem o que vemos em filmes e desenhos. Veja algumas curiosidades a seguir.
A Cavalgada das Valquírias
As mensageiras de Odin foram imortalizadas na ópera A Valquíria, do alemão Richard Wagner. O terceiro ato da obra ficou muito famoso por ser utilizado como trilha sonora de longa metragens no cinema, popularizando a composição.
Você provavelmente já ouviu alguns trechos com o Pernalonga:
Há relatos de que o nazista Adolf Hitler adorava essa ópera e pouco antes de iniciarem ataques, o Führer ordenava que os tanques de guerra tocassem essa obra em seus rádios comunicadores. Eita!
Aurora boreal
Segundo a mitologia nórdica, outra fábula famosa diz que quando as Valkírias montavam em seus alados corcéis, a luminosidade de suas vestimentas e seus escudos cintilava uma luz diferente pela atmosfera, semelhante à aurora boreal.
Tal brilho podia ser visto em diversas regiões do planeta Terra, principalmente as mais próximas aos pólos Norte e Sul. Essa iluminação representava o espírito das mulheres guerreiras.
A Bela Adormecida
A maioria dos contos, principalmente os infantis, são criados a partir de elementos da cultura de diversos lugares do mundo. A Bela Adormecida, por exemplo, filme de 1959 da Disney, é a releitura de um conto sobre uma Valkíria, escrito no século XIII.
Houve uma luta entre uma Valkíria e um rei. Mesmo contra a vontade de Odin, a mulher venceu e, como punição, o deus da guerra fez com que ela entrasse em sono profundo ao furar o dedo em um espinho. Para garantir que ela ficasse ali para sempre, o local em que a Valkíria caiu foi envolvido em um círculo de fogo.
Anos depois um cavaleiro a encontrou e, ao contrário do que sabemos, ele não a acordou com um beijo. O guerreiro enfrentou as chamas e abriu a armadura para salvar quem estava ali. Assim que tirou as vestes de proteção, a Valkíria acordou sem memória. Em vez de pedi-la em casamento, o jovem pediu que a semideusa lhe concedesse sabedoria.
Serviçais de Odin e dos guerreiros de Valhalla
Enquanto as guerras não aconteciam e as Valkírias não tinham corpos para resgatar, elas serviam bebidas para Odin e seus heróicos guerreiros que já estavam em Valhalla.
Haja pique, pois, conta a história que Valhalla tinha cerca de 540 portas. E para achar todos esses homens no grande salão e servir cada uma de suas canecas?
As Valkírias e seus poderes
Por mais que fossem servas de Odin, existem algumas histórias que fogem dessa trama. Numa dessas aventuras, uma Valkíria reanimava exércitos de homens mortos para guerrear contra seu irmão.
Outra delas, conta que houve uma chuva de sangue, criada por uma Valkíria para que formassem rios e assim permitisse que embarcações vikings pudessem navegar.
Vestes, capas e asas
As Valkírias não vestiam branco e prata como podemos ver nos filmes. Segundo a mitologia, elas usavam capas enormes, feitas com penas de corvos e cisnes. Há, também, quem diga que suas capas se transformavam em grandes asas, permitindo que elas voassem sobre os campos de batalha, em busca dos guerreiros mortos.
Virgindade
Para permanecer imortal e servir Odin para sempre, As Valkírias precisavam ser virgens. Mesmo que algumas histórias possam retratar relacionamentos amorosos, na maioria delas, os romances nunca tiveram um final feliz e terminam em tragédias.
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