A Wicca (bruxaria) é uma religião centrada no culto ao Sagrado Feminino que retoma práticas antigas pagãs e as transporta para o mundo atual. Certamente existem diferenças entre os rituais originais dos tempos antigos em que as sociedades se baseavam na natureza para se sustentar e os ritos urbanos atuais, mas é importante compreender a origem dessas celebrações e as intenções dos adeptos deste caminho.
Os praticantes da Wicca (bruxaria) acreditam que a Terra é o corpo vivo da Deusa. Suas manifestações devem ser celebradas pois somos co-criadores de todas as coisas. Deste modo, os rituais auxiliam os poderes da natureza a continuarem agindo de forma cíclica mantendo assim o equilíbrio das forças do planeta Terra.
A religião Wicca, bruxaria para alguns, tem algumas práticas que são celebradas pelos adeptos da Arte mágica. Os Sabbats, rituais que seguem o calendário das mudanças das estações do ano, e os Esbats, celebrações em honra à Deusa Mãe. É na lua cheia que a energia da mãe se expressa em sua plenitude.
Esse calendário de atividades segue a lógica do que os adeptos da Wicca (bruxaria) chamam de Roda do Ano. Nesta religião é comum observar os praticantes dizerem que “rodam pelo norte” ou “rodam pelo sul”. Essas frases demonstram as diferenças entre os que seguem as práticas do hemisfério norte – e que se conectam à energia da natureza através da força das datas como, por exemplo, o dia 31 de outubro – e os que caminham seguindo as mudanças da natureza no hemisférios sul, onde o Brasil se situa.
São oito Sabbats durante o ano: Samhain, Yule (solstício de inverno), Imbolc, Ostara (equinócio de primavera), Beltane, Litha (solstício de verão), Lammas e Mabon (equinócio de outono). Como são 13 luas cheias no decorrer de um ano civil, este é o número de celebrações de Esbats praticados pelos wiccanianos.
Mitos sobre a Wicca (bruxaria)
Em tempos antigos era comum que as comunidades celebrassem a natureza e a cultuassem por saberem que dela provinha seu sustento e tudo o que possuíam. Deste modo, os rituais eram feitos em campos e plantações para que suas colheitas sempre fossem fartas e abundantes.
No período da inquisição muitas mulheres acusadas de bruxaria escondiam suas varinhas mágicas, que serviam para direcionar a energia para aquilo o que desejavam, nas cerdas da vassoura. Para não serem descobertas, levavam este instrumento de trabalho para o campo e utilizavam a vassoura para o direcionamento da energia, acreditando que, quanto mais alto pulassem, maiores seriam as plantações e mais abundantes seriam as colheitas.
Foi desta prática que surgiu a lenda que diz que as bruxas – ou atualmente as praticantes da religião Wicca – são capazes de voar em vassouras mágicas.
As ervas utilizadas para fazer poções mágicas e remédios para a cura tinham nomes muito peculiares como pata de vaca, por exemplo. Com a ascensão do cristianismo, esses nomes foram subvertidos e a Igreja passou a dizer que as mulheres que praticavam a bruxaria estavam, na verdade, utilizando animais em seus rituais.
A conexão com o demônio também se trata uma tática da Igreja Católica que, na época medieval, influenciava diretamente governo e finanças da Europa. O clero induziu o imaginário popular a acreditar que as mulheres praticantes da bruxaria cultuavam o Diabo, e este seria a representação da maldade na Terra. Para que isso funcionasse, a Igreja usou da assimilação de crenças religiosas, associando o Deus das Bruxas (sagrado masculino, o Sol, o Deus das Florestas, etc.) ao Diabo, por várias formas.
Um bom exemplo foi a afirmação de que o Deus pagão possuía chifres – símbolo da fartura – e que o Diabo era o “chifrudo”, portanto eram a mesma coisa. Esta combinação fez com que muitas pessoas relacionassem a Bruxaria com o mal (e praticantes da Wicca até hoje sofrem esse tipo de acusação).
Um ponto interessante: é impossível para Bruxos serem cultuadores do Diabo. Para você crer no adversário, é preciso crer, primeiro, no Deus ao qual esse se refere. A divindade cultuada pela Bruxaria é diferente do conceito do Deus cristão, por isso, para as Bruxas, o Diabo não existe ?
Outro ponto interessante quanto ao Diabo cristão diz respeito ao local em que ele habita. É comum – por uma questão cultural – que façamos uma relação da região inferior, abaixo da terra, com um local de maldade, punição e dor. Porém, em mitologias anteriores ao cristianismo era possível observar que os Deuses habitavam tanto a região superior – céus – quanto a inferior – inferno. E os Deuses da região inferior não eram ruins e se associavam aos mitos que explicavam o inverno, os mistérios e o autoconhecimento.
E o que é a religião Wicca (bruxaria)?
Atualmente a Wicca possui diversos adeptos em suas mais diferentes tradições. Trata-se de uma religião – esta palavra vem de “religare” – e não de uma seita ou busca pelo esotérico. A bruxaria é um caminho iniciático, ou seja, para fazer parte da Wicca a pessoa passa por um ritual de dedicação – ou de ingresso – e, após um árduo treinamento e autoconhecimento, se tornará Sacerdotes e Sacerdotisas da Deusa.
A Wicca é uma religião de culto à natureza, de amor e de conexão entre as pessoas e os locais em que pisamos na Terra. A Deusa Mãe é acolhedora, rígida e ao mesmo tempo que afaga ensina suas lições aos seus filhos com carinho e precisão.
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