As religiões africanas praticadas no Brasil tiveram origem na África, na região chamada de Iorubalândia. Já o povo cigano teve origem em alguma região da Ásia, mais provavelmente na Índia, e se espalhou pelo mundo. Sendo povos tão distantes, por que é que a Umbanda tem tantas entidades ciganas? Descubra agora tudo sobre os ciganos na Umbanda.
A mistura de povos explicado os ciganos na Umbanda
Os ciganos atravessaram muitos países e continentes desde seu surgimento no século XIII. Passaram pela Europa, onde firmaram uma forte comunidade, até chegar à América do Sul, mais notadamente no Brasil.
Nessas andanças pelo mundo, foram compartilhando suas crenças, cultura e segredos. Trata-se de um povo bastante ligado à espiritualidade e são guardiões de muitos segredos do ocultismo e da magia.
A cultura cigana já estava razoavelmente bem estabelecida no Brasil quando os descendentes de escravizados criaram a Umbanda. Essa religião tipicamente brasileira misturou rituais africanos, católicos e espíritas para formar seus próprios dogmas.
Assim, não é de causar nenhum espanto que a Umbanda tenha absorvido também algumas características das religiões ciganas. E foi desse jeito que se começou a linha dos ciganos na Umbanda.
A criação dos ciganos na Umbanda
Vale lembrar que, no início do século XX, quando a Umbanda surgiu, os negros viviam à margem da sociedade, excluídos e, na melhor das hipóteses, apenas tolerados.
O mesmo acontecia (como ainda acontece) com os povos ciganos no Brasil. Também excluídos e marginalizados, se identificaram com os negros e passaram a criar um laço espiritual.
Esse laço foi materializado principalmente por meio da absorção, na Umbanda, das entidades espirituais adoradas pelos ciganos. Reforçando essa união, as entidades ciganas – como a Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro, etc – passaram a se fazer presentes nos terreiros de Umbanda.
As entidades espirituais eram atraídas pelo toque dos atabaques, pelos quais têm grande apreço. Por isso é comum, nos terreiros, cerimônias com muitos atabaques para atrair os espíritos ciganos na Umbanda.
Outro ponto de ligação da cultura africana com a cultura cigana está na santa padroeira do povo cigano: a Santa Sara Kali. Sara é uma entidade cigana com pele escura, considerada, pelos europeus, como negra, daí sua simpatia pelo Candomblé e pela Umbanda.
Culto aos ciganos na Umbanda
O culto aos ciganos na Umbanda ainda é raro. A maior parte das casas não trabalha com essas entidades. Assim, as ciganas costumam aparecer em poucas casas, apesar de frequentarem, escondidas, quase todas.
Alguns terreiros chegam a ter dias da semana dedicados aos ciganos. São cultuados com vinho, água, doces e frutas. As entidades ciganas do sexo feminino são bastante vaidosas, enquanto os do sexo masculino valorizam a masculinidade a virilidade “à moda antiga”.
Quando surgem para um médium, as entidades ciganas costumam falar uma mistura de português e espanhol (o povo cigano viveu muitos anos na Espanha). Apesar de não serem médicos, os ciganos na Umbanda são chamados com muita frequência para a realização de curas espirituais.
Já as entidades femininas são as favoritas para quem precisa de ajuda ou conselhos na vida amorosa, principalmente em casos de amores proibidos, impossíveis, ou até mesmo no caso de infidelidade.
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